terça-feira, 7 de junho de 2016

ESCOLA DE MISSÕES/2016 - PALESTRA 04

O PROPÓSITO DAS MISSÕES



Esboço da quarta palestra 

Texto básico: 1Co 9.16
Introdução:
1.       Muitas igrejas e denominações se autoproclamam pensando estar proclamando o evangelho. Anunciam mais suas logomarcas, programas, templos, presidentes, diretores e pregadores, como se estivessem evangelizando. A maior barreira para a evangelização é a má compreensão a respeito do evangelho.
2.       Jesus nos mandou contar a todas as nações as boas novas, mas não temos feito isso. Por que nós, que temos a melhor notícia do mundo, somos tão demorados em contá-la aos outros?
a)       Talvez pensemos que estamos evangelizando quando, de fato, não estamos.
b)       Ou talvez porque ainda não conhecemos de fato o evangelho de Jesus.
3.       Filosofias modernas que embaraçam os cristãos modernos:
a)       Hedonismo: busca pelo prazer e realização pessoal (“Eu tenho o direito de ser feliz”). Tem tentado extinguir toda chama de abnegação, disposição e sacrifício do crente pela causa de Deus.
b)       Narcisismo: desejo de ser belo, e ser reconhecido como tal. É outro elemento que cativa a igreja a andar em caminhos nos quais se substitui a glória de Deus pela glória humana.
4.       Panorama do desafio missionário:
a)       Desafio missionário brasileiro:
v  Indígenas: Com mais de 100 etnias sem a presença missionária e sem o conhecimento do evangelho.
v  Ribeirinhos: Na bacia amazônica há 37 mil comunidades ribeirinhas, não há igreja evangélica em 10 mil delas.
v  Ciganos: Cerca de 700 mil não tem contato com o evangelho.
v  Sertanejos: Cerca de 6 mil assentamentos sem a presença de uma igreja evangélica.
v  Quilombolas: São 2.000 ainda sem a presença de uma igreja evangélica.
v  Imigrantes: Há cerca de 100 países bem representados no Brasil por meio de imigrantes de longo prazo. 27 desses países não há liberdade para o envio de missionário.
v  Surdos: Mais de 9 milhões de pessoas no Brasil. Há poucas iniciativas missionárias para alcançá-los.
v  Milionários e miseráveis: Aqueles que se fecham em condomínios e aqueles que moram nas ruas, viadutos e estradas.
b)       O desafio missionário mundial:
v  Dos 24.000 povos no mundo, 8.000 ainda não foram alcançados com o Evangelho.
v  Dos 251 povos indígenas brasileiros, 103 ainda não têm presença missionária.
v  Das 7.158 línguas do mundo, a Bíblia ainda não foi traduzida para 4.000 delas.
v  Das 600.000 cidades e vilas na Índia, em 500.000 ainda não tem obreiros cristãos.
v  Na China ainda existem 500.000.000 de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus.
v  Dentre as mais de 290.000 igrejas existentes no Brasil menos de 400 delas possuem um missionário trabalhando com esses povos não alcançados (incluindo nossas tribos indígenas).
v  Acredita-se que morrem 85.000 pessoas diariamente no mundo sem nunca terem ouvido falar da salvação em Jesus.
v  Menos de 1% dos recursos da igreja brasileira são investidos na obra transcultural.
5.       Sempre trabalhamos com estatísticas missionárias. O mais contundente, porém, não é saber que parte do mundo não conhece a Jesus, e sim que a igreja evangélica mundial tem hoje, condições, em termos de recursos humanos e financeiros, de evangelizar este mundo dezenas de vezes, se estivesse motivada a fazê-lo.
6.       Qual deve ser a nossa motivação para fazer missões? Qual é o propósito das missões?
I. A primeira motivação é a certeza total de que estamos fazendo a vontade de Deus:
1.       “... pois sobre mim pesa essa obrigação...”.
2.       Paulo não pregava por orgulho próprio, mas por obrigação divina. Ele não tinha outra escolha, porque Deus, de modo soberano, o havia separado para a obra.
3.       Ninguém entra na obra missionária sem ser convertido, e ninguém consegue sair da obra missionária quando se é convertido. Missões não é uma obra pra quem quer ou pra quem gosta, mas pra quem é convertido.
4.       Paulo sabia que não podia se orgulhar da pregação: ele havia sido chamado para isso, não tinha escolha.
5.       Não podemos nos calar. Não podemos sonegar aos povos o evangelho.
6.       Nenhuma outra entidade na terra tem competência e autoridade para pregar o evangelho. Essa é uma missão da igreja.
II. A segunda motivação é a certeza de que o evangelho é a única solução para o pecador:
1.       “... porque ai de mim se não pregar o evangelho!”.
2.       “ai”: O castigo mais severo está reservado para os pregadores infiéis.
3.       Questionamento: Para onde vão as pessoas que morrem sem nunca terem ouvido falar de Jesus? Serão salvos? São realmente inocentes? Se eles são salvos, pra que pregar pra eles? O que a Bíblia diz a respeito?
a)       Não há nenhuma garantia bíblica acerca da salvação dos que nunca ouviram falar de Jesus.
b)       A Bíblia diz que não há nenhum inocente (Rm 3.10-12): “como está escrito: Não há justo, nem um sequer. Não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer”.
c)       A Bíblia diz que todos pecaram (Rm 3.23): “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.
d)       A Bíblia diz que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13). O apóstolo Paulo indaga: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (Rm 10.14-15).
e)       Todos os seres humanos são indesculpáveis (ver Rm 1.18-23).
f)        Ronaldo Lidório: “O homem não é condenado por não conhecer a história bíblica – é condenado por não glorificar a Deus. Os homens não são condenados por não ouvirem a Palavra – são condenados, cada um, por seus pecados.”
g)       Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Os que nunca ouviram estão inclusos nos que não creem.
h)       O nosso dever é pregar (Ez 33.8-9): “Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti. Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma”.
i)         Seria Deus injusto ao condená-los? Deus seria injusto se tirasse aquilo que é de direito de alguém. Esse não é o caso!
4.       Não há salvação fora de Cristo. Jesus é o próprio evangelho.
5.       Jesus é o único caminho para Deus. Uma pessoa precisa ouvir o evangelho para ser salva.
III. A terceira razão é a de que missões glorificam a Deus:
1.       “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar...”.
2.       Paulo diz que sua glória não era pessoal. Ele não estava orgulhoso como se fosse seu evangelho, não se orgulhava da maneira como o pregava, como se fosse habilidade dele, e muito menos pregava para sua própria glória.
3.       O propósito maior da evangelização dos povos é que esses povos todos glorifiquem a Deus e exaltem seu nome.
4.       O centro da obra missionária da igreja não é o homem, mas o próprio Deus.
5.       Há júbilo diante dos anjos de Deus, no céu, por um pecador que se arrepende.
6.       A missão maior da igreja é glorificar a Deus (1Co 6.20). É preciso nos desglorificar para, de fato, glorificar a Deus em nossa vida diária.
7.       Somente olhando para a glória de Deus é que entenderemos os mártires, as lutas, os sacrifícios e a vitórias.
Conclusão:
1.       O hedonismo tenta despertar em nós o desejo de pensarmos e vivermos apenas para nós mesmos, tornando-nos indiferentes com os que estão caídos ao longo do caminho, bem como com os que se perdem sem o evangelho de Cristo.
2.       O narcisismo tenta despertar em nós a vaidade que faz nascer o desejo de sermos reconhecidos, bajulados e mencionados por outros de forma destacada. Para fazer missões não basta somente colocar a mão no arado; é necessário buscar um coração puro.
3.       Engajar-se na missão de Deus pressupõe primeiro conhecer a Deus.
4.       A glória de Deus é a chama que acenderá o ardor missionário no coração da igreja.
Sugestão de Leituras:
1.       Alegrem-se os Povos: a supremacia de Deus nas missões. John Piper (Editora Cultura Cristã).
2.       Sal e Luz: compreendendo, vivendo e praticando a missão. Ronaldo Lidório (Editora Betânia).
Sugestão de Filmes:
1.       Primeiros Frutos.
2.       Bambus no Inverno.




ESCOLA DE MISSÕES/2016 - PALESTRA 03

O POVO MISSIONÁRIO


Esboço da terceira palestra 

Texto básico: At 13.1-4
Introdução:
1.       Igreja de Antioquia da Síria:
a)       A maior potência missionária fora de Jerusalém.
b)       Uma igreja formada em grande parte pelos dispersos de Jerusalém.
c)       Uma igreja visionária que vê o mundo inteiro como campo missionário.
d)       Foi a agência missionária de Paulo: serviço, envio, apoio e relatórios.
2.       Uma igreja comprometida com a Palavra torna-se uma base missionária.
3.       Características do verdadeiro missionário:
a)       Separado (v. 2).
b)       Enviado (v. 4).
c)       Saturado do Espírito Santo (v. 9).
4.       Quais são as características de uma igreja missionária?
I. Liderança forte – v. 1:
1.       Profetas e mestres:
a)       Profetas: pregadores da Palavra de Deus.
b)       Mestres: dotados do dom de instruir na doutrina.
2.       Líderes de diversos lugares - Desenvolveu uma liderança local forte (multicultural):
a)       Barnabé e Saulo eram judeus helenistas biculturais – Chipre e Tarso.
b)       Dois africanos – Simeão (sobrenome Níger = “preto”) e Lúcio de Cirene.
c)       Manaém – judeu ligado à cultura gentia real, meio irmão de Herodes Antipas (dos Evangelhos).
II. Obreiros que servem ativamente – v. 2a:
1.       Servindo:
a)       O termo significa servir pública e voluntariamente.
b)       Aquele que serve ao Senhor como um canal de bênção para seus irmãos.
c)       Serviço feito no nome e para o Senhor.
d)       Abençoadores e edificadores.
2.       Jejuando:
a)       Muitas vezes está ligado com oração fervorosa e vigilante.
b)       Abstenção voluntária de alimentos.
3.       Orando – v. 3.

III. O Espírito Santo é quem chama e envia – v. 2b e 4a:
1.       Precisamos crer que o Espírito Santo fala à igreja e devemos esperar submissão daqueles que foram chamados e enviados.
2.       A vocação missionária:
a)       Não se consagra ninguém a missionário, isso é papel do Espírito Santo.
b)       Missionário não é título, é vocação.
c)       Vocação não é o mesmo que direção.
3.       Verdadeira adoração resulta em missões:
a)       Quando a igreja presta verdadeira adoração a Deus, o Espírito Santo a chama e a envia em missão.
b)       O chamado missionário é uma consequência natural da adoração.
4.       O perfil de quem deve ser enviado:
a)       Barnabé e Saulo: nota-se que os homens chamados por Deus para a obra missionária eram os mais capazes da igreja.
b)       Chamados para a obra: evangelizar os grandes caminhos de Roma e o oeste.
c)       Quem deve ser enviado? Os mais preparados - melhores, os que farão falta, os ativos na igreja, os submissos.
5.       Os verdadeiros missionários não se intitulam missionários e autoenviados, são examinados, caráter xecado, conhecimento e capacidade examinados.
IV. A igreja reconhece, envia e se responsabiliza pelos vocacionados – v 3.
1.       Os missionários devem ter um bom testemunho da igreja (respaldo).
2.       Quem envia é o Espírito Santo, a igreja confirma o chamado, prepara, acompanha e apoia.
3.       Devemos dar o melhor para missões.
4.       Quem não é uma bênção perto dificilmente será uma bênção longe.
5.       A igreja deve assumir o compromisso para com os missionários: sustento espiritual, material e pastoral.
6.       Missões começam em casa:
a)       Charles Spurgeon: “nada é mais difícil do que se mostrar fiel aos de perto que bem lhe conhecem”.
b)       Hernandes Dias Lopes: "Alguém já disse que Noé foi o maior evangelista da história, pois, embora não tenha levado nenhuma pessoa para a arca, conseguiu levar toda a sua família.”
c)       Ronaldo Lidório: “Líderes que se destacam nos púlpitos de suas igrejas, mas fracassam com a família e amigos chegados, cedo ou tarde entenderão a incompatibilidade da Palavra com a hipocrisia”.
d)       Envia: sinal de autoridade, reconhecimento e cumplicidade.
V. Citações:
1.       George Carey: “Uma igreja não existe para si mesma, mas sim para o mundo”.
2.       Alexandre Duff: “A igreja que não evangeliza em breve deixará de ser evangélica.”
3.       William Temple: “A igreja é a única sociedade cooperativa no mundo, que existe em benefício dos que não são membros.”
4.       Dietrich Bonhoeffer: “A igreja só é igreja quando o é para os de fora.”
5.       Emil Brunner: “a igreja existe pela sua missão evangelizadora, assim como o fogo existe pela combustão”.
Implicações para hoje:
1.       Tratar o coração para depois se envolver na missão.
2.       Prepare-se, vá e faça discípulos.
3.       O discipulado como o cerne da missão.
4.       A missão da igreja é fazer missões e o papel das missões é plantar igrejas.
5.       Propósito: glorificar a Deus em todas as coisas. Existem missionários que estão fazendo o certo, mas com a motivação errada.
Sugestão de Leituras:
1.       A Igreja Local e Missões. Edison Queiroz (Editora Vida Nova).
2.       Igreja Total: repensando radicalmente nossa apresentação de evangelho na comunidade. Steve Timmis e Tim Chester. (Editora Tempo de Colheita).
Sugestão de Filmes:
1.       Ee-Taow 1 e 2.
2.       Listras da Zebra.